terça-feira, 16 de março de 2010

A VISÃO ANTES DO PLANEJAMENTO

Artigo publicado na revista Academia Channel World - Setembro/Outubro 2009

Os grandes navegadores sabem em que local fica o norte. Sabem aonde querem ir e o que fazer para chegar ao destino. Com as empresas de excelência acontecem a mesma coisa, elas têm uma visão clara, e é isso que lhes permite administrar a continuidade e a mudança, simultaneamente, entender a distinção entre o imutável e o variável. Companhias realmente excelentes compreendem a diferença entre o que nunca deve ser mudado e que precisa estar aberto a mudanças. Esta rara capacidade – que exige disciplina consciente - está diretamente vinculada à capacidade de desenvolver uma visão.

Os funcionários da HP sabem que mudanças radicais em práticas operacionais, normas culturais e estratégias comerciais não arranham os princípios básicos da empresa. A Johnson & Johnson questiona regularmente sua estrutura e reformula seus processos, mas preserva os ideais incorporados à sua filosofia.

A visão indica os princípios básicos que devem ser preservados e para qual o futuro deve progredir. A visão compreende dois componentes principais:

1. A Ideologia Básica – que define o caráter permanente de uma organização, ou seja, diz o porquê da companhia existir.

2. O Futuro Visualizado – o qual mostra o que a empresa aspira tornar-se, alcançar e criar.

A Ideologia Básica é a razão de existir da empresa, não uma meta ou uma estratégia de negócios. Deve refletir os valores e as motivações das pessoas para trabalhar. A ideologia é criada e dificilmente mudada. Não pode ser inferida olhando-se o ambiente externo. É compreendida quando se olha para dentro, quando nos perguntamos por que fabricamos, vendemos ou fazemos algo.

Criadores de grandes empresas – como David Packard (HP), Masaru Ibuka (Sony), Paul Gavin (Motorola) – compreenderam que é mais importante saber quem você é, do que para onde está indo. Afinal, o lugar para o qual se caminha muda à medida em que o mundo passa por transformações. Líderes morrem, produtos tornam-se obsoletos, mercados mudam, mas a ideologia central de uma empresa persiste como fonte de orientação e inspiração.

A Visualização do Futuro ocorre em duas partes: a definição de metas de 10 a 30 anos e a descrição de qual será a realidade se ela for atingida. Grandes empresas têm usado ‘super metas’ para incentivar o progresso. E isso precisa ser algo simples, claro e inspirador, que concentre esforços e catalise o espírito de equipe. Alguns exemplos são da 3M, da Cargil, e da Walt Disney que, respectivamente, apresentam as seguintes super metas: solucionar problemas não solucionados de maneira inovadora; elevar o padrão de vida mundial; e alegrar as pessoas.

Por fim, em pesquisa realizada para o livro “Feitas para Durar” descobriu-se que, desde 1925, o desempenho de empresas com uma visão clara e realizadora superou em 12 vezes o do mercado acionário em geral.

Nossas empresas precisam ter uma missão definida que orienta e inspira a todos os funcionários. Temos que ter claro quais são os valores e princípios básicos da companhia. Os subsistemas da organização devem estar caminhando juntos e na mesma direção.

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